Ela disse que não dava mais para estar em um casamento em que ela se sentia o tempo todo excluída e que queria o divórcio! E quando ela me disse isso achei realmente estranho, pois falávamos de muitas coisas em nossas sessões, porém ela aparentava estar bem com o seu marido e a única pergunta que senti que deveria fazer foi – “Você lembra quando tudo começou?” E à medida que as lembranças iam chegando e ela me contava, eu via um brilho em seus olhos e entendia que ali ainda existia amor e talvez o que faltava era perceberem que a relação estava desgastada devido a tantos problemas que ambos enfrentavam.
Interessante como este trabalho nos faz perceber como somos todos frágeis e às vezes até nos distraímos no meio da nossa jornada e deixamos de lado (não de propósito), o que mais importa pela ilusão de conquistar algo que vai nos levar à felicidade (que já) a temos. Isso me fez pensar as inúmeras vezes que trabalhei mais do que o necessário, que foquei com tanta intensidade e deixei a minha esposa em algum lugar esperando por um pouco mais! E hoje ambos trabalhamos muito e às vezes nos falta tempo para falar sobre amor e quem sabe até para dizer mais vezes “eu te amo”.
Entenda sem erros o que quero transmitir (por favor) – Estamos muito tempo juntos, fazemos questão de fazermos as refeições juntos, rindo e nos divertimos grande parte do nosso tempo e mesmo assim às vezes sinto que eu poderia oferecer mais, “se” não tivesse tão ocupado arrumando mais uma coisa para fazer! E claro que olhar para isso com tanta atenção e carinho pode fazer a diferença, pois não sei se você se lembra de como tudo isso começou?
Em Abril faz 22 anos que vivo da hipnoterapia! Uma vida ouvindo pessoas a falarem sobre as suas queixas emocionais, se arrependendo de seus erros, reclamando de traições, de medos e até de palavras que por algum motivo, nunca foram ditas e talvez seja MESMO por este motivo que toda a vez que olho para alguém que diz que está querendo se separar, penso: “Será que o amor acabou ou falta atenção?”
Às vezes “e só” às vezes acho que este mundo é meio maluco e que somos testados 24horas por dia, pois é tão fácil cairmos em armadilhas…. É tão fácil nos distrairmos que parece que estamos em constante luta para nos mantermos “sóbrios” em um mundo onde a maioria está competindo, tentando chegar na frente, lutando, sei lá pelo quê!
Nunca acreditei em felicidade absoluta e penso que deixo isso muito claro em alguns dos meus textos e podcasts, porém como a maioria das pessoas, trabalho para colecionar mais momentos felizes do que “menos bons” e às vezes eu consigo e outras vezes nem chego perto e aí preciso respirar fundo e começar tudo de novo e não desisto, mesmo sendo perfeitamente imperfeito, digo sem medo de errar que frequentemente eu lembro de como tudo começou e sou feliz por lembrar.
Conheço casais que “estão separados na mesma casa” e não estou falando de pessoas divorciadas, ok? Estou dizendo que pessoas que não são um casal há muitos anos e ainda não enxergaram isso, dividem a cama e revezam o chuveiro, mas esqueceram do amor “ou” quem sabe se acostumaram com o que têm (ou acham que têm) e isso é triste. Também conheço pessoas que são incríveis e que tinham tudo para dar certo, até que uma delas resolveu brincar de adolescente e traiu e sabemos que quando isso acontece, o castelo da confiança desmorona e demora muito para isso passar, se é que um dia passa….
Posso até ser interpretado de forma errada, mas sabe o que eu acho? Que quando lembramos de como TUDO começou, aumentamos a chance de alimentar aquilo que um dia nasceu e até cresceu e talvez seja por isso que gosto de lembrar…Manter a lembrança viva e não só esta, mas todas aquelas que foram ao longo destes nove anos sendo construídas “e” nem todas são boas, mas todas são grandes e lindas para serem lembradas, então sem medo de errar digo: Lembre-se de como tudo começou e dê uma chance para você, para a sua vida, talvez para sua família.
Eu sem dúvida amo a maneira como amo a minha mulher!
Obrigado por estar aqui e nos vemos na próxima,