Dica Terapêutica | Eric Pereira | Para Refletir
Ela estava nervosa, vermelha e sua respiração ofegante quando entrou no meu consultório. Começou a falar e sua veia do pescoço estava enorme, era visível que algo a perturbava. Mal consegui oferecer um chá e ela disparou uma série de frases que eu mal entendi e pedi para ela respirar e o motivo de tudo era a sua cunhada que estava se metendo muito em sua vida.
Interessante é que muitas pessoas ficam irritadas com “outras” pessoas, mas algo que aprendi nesta vida é que sempre somos “nós” que damos o poder e durante a nossa conversa ficou claro pra mim e pra ela isso, então hoje vou falar um pouco sobre isso.
Antes deste mergulho, quero falar sobre uma pessoa que me perguntou esta semana como escolho os meus temas – A maioria dos temas trago quando um ou mais clientes trazem a mesma queixa e percebo que este pequeno grupo de pessoas não está conseguindo lidar com aquela situação, pode ser que outras pessoas também não consigam e aí falo um pouco sobre o assunto na intenção de ajudar as pessoas que se identificam com o tema para também fazerem uma reflexão a mergulharem no tema.
Já ouvi centenas de pessoas reclamando da atitude de outras pessoas e penso que na maioria dos casos somos nós que damos o “poder” para que outras pessoas tenham a atitude que têm e claro que existem casos que mal conhecemos a pessoa e ela já chega causando e neste primeiro momento, nesta primeira experiência podemos “cortar” a atitude, deixar claro nossa insatisfação ou simplesmente nos afastarmos.
“Aíii Eric, não gosto de ser deselegante!” (Vamos pensar sobre isso um pouco), ok? Não estou convidando você para ser o “idiota” do grupo, porém, quando permitimos algo, depois não podemos reclamar e isso tem que ficar bem claro, pois vamos permitindo que as pessoas nos tratem como elas querem.
Já atendi dezenas de mulheres que são maltratadas e em 100% dos atendimentos elas permitiram uma primeira vez, perdoaram, permitiram de novo e depois vivem uma vida repleta de agressões físicas ou verbais, algumas acreditando que não podem se livrar daquela situação e outras morrendo de medo, mas tudo começou porque permitiram uma vez, porque se calaram uma, duas, três vezes.
Eu sei que este tema dá para explorar muitas páginas, porém, o foco principal aqui é que você compreenda que “dá o poder”, então comece a prestar atenção a quem você está entregando o poder, pois como tudo nesta vida “este PODER” também pode ser revogado! É verdade. Pode tirar da mesma forma que deu e não precisa de brigas e gritos, pode aos poucos tirando o poder de quem não sabe usá-lo (penso eu).
Eu, Eric já dei o poder de centenas de coisas na minha vida, tanto a nível pessoal quanto profissional e todas as pessoas que me traíram, ou abusaram do poder que lhes dei, eu fui lá e retirei imediatamente e claro que nem sempre foi assim – No início eu dava e não sabia tirar e sofria as consequências como qualquer pessoa e com o tempo aprendi uma lição das mais importantes:
“Ser feliz é nos respeitarmos acima de qualquer coisa”
Então tudo que de alguma maneira “me agredia” eu aos poucos fui resolvendo, abandonando, me afastando e garanto que algumas destas ações foram bem fáceis e outras nem tanto, mas, para o meu próprio bem, elas foram necessárias.
Então a dica terapêutica de hoje é sobre a decisão de dar ou não o poder e a quem?! Preste atenção e se por algum motivo sentir dificuldade em “retirar” este poder, questione-se se realmente você se ama o suficiente para tomar decisões para o seu próprio bem, simples assim.
Não se abandone!
Até a próxima dica.