Contribuição|Pense Bem|Apenas mais uma Reflexão|Eric Pereira|
Muitas pessoas falam sobre tempo e como ele é precioso. Já li tantas lindas frases que algumas pareciam ter sido tiradas de um poema, mas a grande questão aqui é VOCÊ está gerindo bem o seu tempo? Pois existe um grande abismo em falar e fazer e saber é muito importante, mas guardar a 7 chaves o que se sabe, nunca libertou ninguém, pelo contrário, aprisionou pessoas e tornaram algumas escravas de suas palavras “vazias”.
Penso que todos nós já vivemos fases de desperdiçarmos tempo e jogarmos ele fora, sem nos darmos conta que tratava-se de uma preciosa moeda que deveria ser usada com sabedoria e muita cautela.
Chego a pensar que se associamos em algum momento que tempo é uma moeda de ouro, devemos nos sentir bilionários e vamos gastando sem nenhuma preocupação, acreditando que jamais vai acabar… Acreditando que a fonte jamais vai secar, então vou contar-vos sobre o dia que me senti um bilionário desperdiçando minhas moedas “e estou falando das mais preciosas”.
Fui convidado para dar uma entrevista sobre Hipnoterapia em um projeto social e o anfitrião pediu para que eu chegasse 40 minutos antes para falarmos, antes que a tv bandeirantes chegasse para entrevistar eu e um médico que também faria parte do projeto.
Estava animado e nunca tinha tido a oportunidade de estar em um hospital com crianças doentes e o que vinha na minha mente eram crianças na cama e aqueles palhaços, pois o projeto falava de uma série de coisas associadas a esta “alegria”.
Quando lá cheguei de terno preto e gravata vermelha, me senti o herói daquelas crianças, pois iria de alguma maneira contribuir para uma causa e depois do papo inicial fui visitá-las no quarto. Aí a sensação que de herói se transformou rapidamente em impotência e a ala era de crianças com cancro. A maioria estava careca, muitas em silêncio e outras falavam baixinho. Me sentei depois de andar um pouco de um lado para outro sem saber o que estava fazendo ali e conversei com uma delas.
Eu quis fazer uma mágica com uma moeda e ela sorriu e me perguntou se eu sabia fazer outras mágicas. Eu disse que sim, principalmente com baralho, mas não trouxe nenhum. Ela se aproximou e dei o rosto, achando que ela me daria um beijo e na verdade me perguntou se eu sabia fazer alguma mágica para voltar no tempo, pois ela queria voltar para a escola e brincar com a Samantha sua melhor amiga e jamais esqueci de duas coisas, uma foi do nome de sua amiga e outra foi do nó na minha garganta e de ter ficado sem nenhuma resposta.
Comecei a chorar e fui tirado da sala e nem a entrevista consegui dar. Eu tentei (EU JURO), voltar naquele quarto, mas não consegui e prometi que voltaria ali e jamais consegui. Fui um covarde e carreguei isso comigo durante muitos anos. A primeira vez que falo disso, pois achava que eu tinha a resposta para tudo e que sempre poderia colaborar, enquanto tudo que uma criança de 6 anos me pediu eu desperdiçava d.i.a.r.i.a.m.e.n.t.e… e depois disso dormir até mais tarde, perder tempo com coisas fúteis, se tornou na minha vida cometer um suicídio em gotas…
Nunca mais irei tirar o rosto daquela menina da minha cabeça e nem o cheiro que ela tinha que lembro que era de remédio ou algo parecido. Fiquei mesmo impressionado e mal por ter me acovardado diante de tanta inocência e impotência.
Talvez para você seja apenas mais um história sobre viver e não viver, mas a pergunta que vos faço nesta contribuição é: Está usando o tempo que lhe foi dado com sabedoria? Mas nem responda agora, de imediato… Pense antes? Está usando ele para viver ou sobreviver? Sente-se bem com o uso que está fazendo destas suas raras moedas ou está jogando para o céu e vivendo (Ou achando que está, né?) seus momentos sem se preocupar com o amanhã.
Primeiro perceba que és um bilionário com tantas moedas e depois pense se vale MESMO a pena deixar de ser e ficar pobre até estar em qualquer lugar implorando por mais algumas moedas, enquanto gasta as últimas que tem implorando, reclamando, se arrependendo até fechar os olhos e nunca mais abrir.
Desejo que aprenda a gerir a sua fortuna.
Até a próxima Contribuição.