Eu gosto de fazer muitas coisas na minha vida profissional, porém confesso que umas mais que outras e quando sento para escrever, escolho uma música (hoje vou de jazz) e começar a escrever é como ir para o céu! Sentir o tema, deixar vir as imagens, usar a criatividade e construir uma ideia é um verdadeiro caso de amor e ainda acredito que um dia viverei apenas da escrita, apensas dos meus livros e tudo isso já esteve mais longe de acontecer!
Claro que o que escrevo nunca é uma verdade absoluta e ainda bem por isso, porém é o “meu” ponto de vista sobre o assunto e espero que o leitor aproveite a melhor parte para melhorar, mas que utilize o todo para refletir e depois tirar suas próprias conclusões e dito isso, vamos mergulhar nas reações exageradas que às vezes temos!
Como sabe os temas que escrevo surgem normalmente da inspiração dos atendimentos que faço e recentemente ouvia uma cliente me falar sobre as suas reações a um determinado facto e quanto mais a ouvia, mais percebia que ela estava tendo uma reação exagerada sobre “o facto” e na minha opinião “toda” a reação exagerada tem relação com as feridas não tratadas” e observo constantemente tal comportamento em pessoas que às vezes nem se quer se dão ao trabalho de olhar para as suas feridas, elas reagem tãooo exageradamente como se o “caos” que elas criam, criasse imediatamente uma cortina de fumaça para que nem elas e nem mais ninguém pudessem olhar para aquele facto que na maioria das vezes nem é tão grande assim.
Eu já tive algumas reações exageradas e talvez também já tenha tido e está tudo certo, agora quando entendemos que tais reações são uma maneira de mascararmos “algo”, olhamos para elas de uma forma diferente e aqui escrevendo, analisando e fazendo pequenas pausas para tomar o meu café e ouvir o meu jazz, começo a acreditar que faz algum tempo que não tenho tais reações. Será que amadureci? Quem sabe estou crescendo com este processo…. Hum… Talvez sim! O facto é que vamos aprendendo, experimentando e ao longo do tempo fica muito claro que o “facto” é apenas o “facto” e tudo o que construímos ao redor dele é produto da mente.
Sim! Tenho falado muito ultimamente sobre isso, porém é importante entendermos isso e penso que quanto mais rápido você compreender que é importante você olhar para as suas feridas emocionais, mais rápido vai dando significados diferentes para elas! Eu aqui deste lado, todas as vezes que gravo um podcast ou escrevo um artigo é na esperança que quem os ouve ou lê de alguma força ganhe um pouco mais de consciência e consiga ver a sua vida com outros olhos que não sejam dentro de ciclo vicioso que está acostumado a viver!
Às vezes as nossas reações são desproporcionais ao que realmente está acontecendo e isso me faz lembrar inúmeros casos que já atendi, em particular uma cliente que chegou no meu consultório do Funchal, muito nervosa (3º sessão), e mal me cumprimentou e começou a disparar sem parar sobre o absurdo que era a sua mãe querer se reaproximar dela depois de terem rompido a relação há 3 anos, por uma briga em que ela acredita que a sua mãe tenha errado com ela e ela estava tão nervosa que chegava a cuspir falando, sem contar que se sentava e levantava e andava e sentava de novo.
Neste caso específico, independente do que a mãe fez “ou” do que ela acha que fez, ela “excluiu” a sua mãe e toda a vez que excluímos alguém o nosso sistema se desequilibra e atenção que aqui nem estou focado nos motivos que ela tem, ok? Pois para uns podem ser motivos simples e para outros motivos poderosos que não interessa, exclusão é exclusão e isso nunca fará bem a uma pessoa. Podemos sim, não estarmos confortáveis com algum comportamento dos nossos pais e isso posso até compreender, porém o comportamento da mãe dela, não é a mãe dela, compreende isso? E ela pode manter o que chamo de distância segura” desta mãe, mas deve tê-la no coração.
Atenção de novo aqui! O comportamento de nossos pais, não são eles! Então não confunda “essência” com “comportamento”. Podemos manter aqui dentro do nosso coração a essência, a gratidão deles terem nos dado vida, porém ela apenas enxergava “o” comportamento que na opinião dela era abusivo.
Diante daquele facto, ou melhor – Diante de tudo o que estava à volta daquele facto, ela tinha reações exageradas e com tais reações ela ficava nervosa, agitada, ansiosa e algumas vezes chegava até a ter em casa crise de pânico e claro que tinha que ter, pois estava exagerando uma reação que para a sua mente era como quase um teatro dramático que imediatamente mandava comandos para todo o corpo, com isso disparava comandos menos bons e mais cedo ou mais tarde o corpo iria reagir a tudo aquilo, não acha?
Hoje percebo que na maioria das vezes, quando algo me acontece e fico desconfortável, vou imediatamente buscar equilíbrio na respiração e atenção que não disse respostas, ok? Primeiro vou em busca de mandar a mensagem certa para a minha mente, para que ela não mande comandos errados para o meu corpo. Às vezes coloco uma música, no meu caso estou muito conectado com as músicas e adoro, por exemplo ouvir Deva Premal quando preciso equilibrar a minha respiração.
(Pequena pausa)
Quando uma pessoa está ansiosa ou tendo uma crise de pânico, como esta pessoa respira? Ofegante, respira de tal maneira forte e rápido que às vezes chega a faltar o fôlego! Entende isso? Ela fica sem ar e esta respiração acaba trazendo outras coisas ruins para ela, como rigidez muscular, tensão e já ouvi inúmeros relatos de pessoas que nem conseguem “enxergar” direito ou ouvir! Pois entram em uma espécie de estado hipnótico onde tudo que pensam é na situação desconfortável.
Voltando aqui, sejamos sinceros, ok? Acredita mesmo que se produzir esta respiração e entrar neste estado hipnótico de desespero vai conseguir encontrar alguma solução para o que está acontecendo ou o que está por vir? Por favor, né!!! É claro que não, então começarmos por equilibrarmos a nossa respiração é o inicio de tudo e já ouvi clientes e alunos me dizerem que tentaram e não conseguiram e a sensação que tenho quando ouço estes relatos é que estas pessoas tentaram isso por 3 minutos e meio e desistiram e antes que tenha aqui uma reação exagerada, perceba que tudo nesta vida é uma questão de treinamento…não aprendemos a conduzir na primeira aula, nãoooo! Precisamos entender sobre, precisamos treinar, estar presente, compreender o que está por trás da “dinâmica” e então aos poucos e com alguma persistência vamos automatizando “o” processo e percebendo o quanto aquilo faz sentido, compreende?
Algumas pessoas acham meus textos longos…. Já ouvi que são cansativos e eu poderia ir direto ao ponto e entendo estas pessoas, mas não quero apenas trazer a informação, quero levar à experiência, a imaginar, a compreender e principalmente a estimular a prática, fazendo o leitor compreender que é possível.
Espero que tenha gostado de estar aqui comigo neste texto e a partir deste texto, deste segundo, esteja atento às suas reações e que elas não sejam exageradas! E se ainda forem, que no mesmo segundo consiga respirar, olhar para o facto e desconstruir o que está em volta dele.
Nós encontramos lá na próxima segunda,