Sinto que a minha mente está treinada e tive uma excelente amiga que me ajudou muito, me ensinando a estar bem. Me ensinou a sorrir de maneira que contagiasse todos à minha volta e claro que um toque de maquiagem e o brilho certo nos lábios me fez acreditar que o sorriso se tornou uma marca para os elogios que recebo. Aprendi que os ombros devem estar sempre para cima, coluna ereta e pensar sempre positivo.
Ser poderosa não é nada difícil, desde que aja como uma e sei bem quem sou e sou capaz de impressionar pessoas e espalhar alegria de 08h às 18h, mas hoje vim aqui porque me sinto completamente perdida após as 18:01h….. Chego em casa e a minha porta se tornou um portal que me tira do mundo do faz de conta (eu sou tudo de bom, agradeço que gostem de mim) e entro no “estou só”. Meu marido mal fala comigo e minha companhia é a televisão ou o Magum (O Magum é o meu gato) que às vezes também se afasta e me ajuda perceber que estou muito só.
Interessante como cada vez mais tenho em consultório pessoas que afirmam estarem despertando para a vida ou a palavra deveria ser acordando? Pessoas que estão percebendo que vivem duas versões (Algumas até mais que duas) e ora são alegres e poderosas e ora são tristes e infelizes. Algumas delas dizem que as redes sociais contribuíram muito para criarem uma “identidade” não real e quando ouço tais relatos, acredito mesmo que isso seja possível e cada vez mais percebo isso.
A sensação que tenho é que elas se sentem obrigadas a expor suas vidas pois parece que possuem um compromisso com a felicidade plena e absoluta e precisam estar sempre felizes, sempre sorrindo, sempre bem e quando isso não acontece, sentem-se excluídas da sociedade “ou” do seleto grupo do “oba oba, está tudo maravilhosamente bem”.
Há uns dias atrás um amigo me perguntou como eu estava e disse a ele, que naquele dia eu estava mal, mergulhado em um dia pesado de muita reflexão e ele estranhou como um terapeuta poderia estar mal e me questionou, dizendo que eu deveria usar imediatamente hipnose para me sentir bem.
Eu ri muito com aquilo, mas não quis explicar! Não naquele momento.
Mas não se trata de eu não saber sair daquele estado e sim de desejar estar nele para ver o que sinto, como sinto e principalmente porque sinto e esta tudo bem, pois no dia seguinte a vida está colorida e eu estava muito bem. Mas tinha uma diferença em minha vida e na verdade posso dizer que eu tinha uma enorme diferença em minha vida – (Eu sabia o que me deixou naquele estado) e com esta informação soube os ajustes necessários para mudar meu estado.
Viver usando uma versão para o mundo e outra para nós é perigoso, pois criamos um mundo paralelo onde tudo é festa e alegria e quando estamos sozinhos não suportamos estar sozinhos e entramos em pânico, enquanto na verdade a questão nem é a solidão, mas não suportamos estar com nós mesmos. Pense um pouco nisso!
Existem pessoas que se separam por exemplo e precisam estar com outra pessoa em poucos dias, pois tem necessidade de ter alguém para se apoiarem, para compartilhar as suas necessidades, mas no fundo no fundo, tudo que elas querem é não estar sozinhas com elas mesmas para não terem que conviver com os seus próprios pensamentos, medos, falhas e dúvidas.
Tenho estado com dezenas de clientes que possuem queixas diferentes, porém mesmo em versões diferentes. Algumas chegam a me dizer que já não sabem quem são, pois misturaram muito o estar bem com o mostrar que estão realmente bem. Vivem uma confusão gigante, uma desilusão incrível e são consumidas pelos altos e baixos de decepções e conquistas temporárias, parecem que estão em constante luta com elas mesmas na questão (Quem Sou Eu?!).
Este sorriso é mesmo seu? A questão aqui é se está dia após dia resolvendo as suas questões emocionais e sentindo-se bem ou está usando a máscara de pensar positivo e agradar pessoas?!
Quando falo em pensar positivo, lembre-se que sou fã de pensar positivo e adoro contagiar pessoas, porém dentro de um padrão congruente e não vendendo a imagem “falsa” de que o mundo é cor de rosa e na verdade meus filtros enxergam apenas o cinza desbotado do dia a dia infeliz.
Espero que esteja compreendendo o real objetivo deste artigo e não tenho o desejo de fazer você se sentir mal, muito menos assumir ao mundo as suas tristezas e sombras, mas quero ser um grande incentivador para que desperte, acorde, preste atenção e resolva as suas feridas emocionais.
Eu, Eric Pereira, já joguei muitas sujeiras para debaixo do tapete e lá as deixei. Mas hoje prefiro que elas estejam em cima do tapete para que eu olhe para elas e compreenda o que devo resolver e como resolver.
Quando compreendemos as nossas versões, podemos decidir qual delas queremos que esteja presente em nossa vida e qual vamos abandonar. Isso faz mesmo a GRANDE diferença, pois sentimos algo incrível, uma paz difícil de descrever, pois esta paz e tranquilidade só são possíveis porque não estamos em negação, não estamos escondendo nada, nem mentindo para nós mesmos.
Ame-se! Permita que a felicidade seja (declaradamente) o seu maior objetivo e ao invéis de construir muros altos que te afastam da felicidade, construa pontes e ao fazer isso perceberá que todos os caminhos o levarão a atingir os seus objetivos.
Desejo uma linda vida…. Espero que a tua melhor versão esteja aí contigo.
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