Ontem a dica terapêutica foi longa, focada e falamos sobre o copo de veneno que nenhum mal faz “se” não for ingerido. No final da dica prometi que traria pra cá a ideia de como nos poderíamos desintoxicar dos copos que (já) bebemos ao longo da vida. Se não leu a dica anterior, sugiro que interrompa esta e leia a anterior no meu blog: clique aqui, para compreender esta continuação. Se já leu, vamos a isso, pois será uma dica repleta de muitos detalhes e orientação.
Acredito eu que todos nós, ou pelo menos a grande maioria, já tomou estes copos de “veneno” por curiosidade, por ter um forte desejo de saber o que ele continha ou mesmo por impulso. Pode ser que alguma vezes nem tenha chegado a tomar um copo inteiro, mas costumo dizer que às vezes umas gotinhas já são o suficiente para nos fazer mal.
Grande parte dos meus clientes em consultório chegam com queixas emocionais e “já” contaminados por algum tipo de emoção tóxica e logo na avaliação percebo o tamanho da contaminação, o tamanho das crenças limitantes. Assim que iniciamos o trabalho vou identificando as verdades absolutas que aquela pessoa carrega e vou ajudando-a a desconstruir tais limitações. Agora uma coisa é certa aqui – É difícil trabalhar uma pessoa que (ainda) está intoxicada e começo sempre dando-lhe durante o tratamento gotas do que acredito ser o antídoto para ela se sentir melhor e é sobre isso que esta dica falará.
Observe a sua vida! Observe o que acontece ao seu redor, mas não estou pedindo para você dar uma simples olhadinha, estou pedindo para você olhar com muita atenção, para você colocar o máximo de atenção no que acontece em sua vida e por favor quando decidir fazer isso que seja mesmo a sério. Então deixe momentaneamente os seus filtros de lado, abandone as suas verdades absolutas, desligue o seu senso crítico e observe a sua vida de forma nua e crua.
Podemos mentir ao mundo, usar as máscaras que desejarmos usar, podemos construir a vida dos sonhos no Facebook, podemos colocar as melhores fotos, mas apenas nós sabemos a intensidade das nossas dores e mesmo que não compartilhe com o mundo, mesmo assim ela doerá aí dentro de si. Pode sorrir, mostrar os seus belos dentes e no mesmo instante que pousar para aquela foto que mostra ao mundo a sua felicidade, pode estar pensando que tudo o que adoraria naquele momento era dormir e nunca mais acordar.
Sê verdadeiro contigo e quando acreditares que estás sendo mesmo verdadeiro percebe se não podes ser um pouco mais verdadeiro e olha para aquilo que é e vê no que te tornaste! Muitas pessoas percebem a sua essência no que é, mas quando mergulham mais fundo identificam que se tornaram outras pessoas e culpam o sistema, o mundo ou os pais, mas aqui não estamos em busca de culpar ninguém, estamos em busca de nos conhecermos melhor para identificarmos os venenos que já ingerimos um dia.
A maior intenção é poder perceber o seu comportamento humano, se tem estado mais triste, sem tem tido picos de tristeza, se se sente incongruente, se percebe que a sua vida está caminhando na direção certa ou se pegou algum atalho e se perdeu?! A maior questão aqui é podermos olhar para aquilo que fomos nos tornando e percebermos se ao longo do tempo fomos aceitando as pequenas doses de veneno e fomos nos contaminando.
Outro dia uma cliente me dizia a seguinte frase: “Eric, não sou esta pessoa! Eu me perdi e nem sei onde, nem como” e acredito que muitas pessoas pensam igual, pois vão se desviando dos seus objetivos, vão aceitando menos do que merecem, vão acreditando que só merecem aquilo, vão dia a dia se achando menos merecedoras, vão vivendo por viver e se calhar, vão até aprendendo a sobreviver. Com o tempo elas se tornam “figurantes” dentro de um filme com o título VIDA, onde foi lhes entregue um dia o papel principal.
Quando olhamos com este carinho e com este cuidado todo é que percebemos o quanto é importante curarmos as nossas feridas emocionais. Então este meu convite não é apenas para olharmos para o nosso comportamento e apenas identificá-lo, mas entendê-lo, vê-lo por ângulos diferentes e quem sabe descobrir como solucioná-lo e aí entram as doses deste antídoto.
Aprendi que um bom antídoto é composto por uma fórmula bem elaborada e, como toda fórmula, precisa de uma base em sua receita. Na minha opinião a base desta fórmula é sem nenhuma dúvida o AMOR. O amor puro, limpo, incondicional. Aquele amor que nos faz sentir vivos, que nos desperta para uma vida plena, o amor que nos faz compreender aquilo que a maioria não consegue compreender porque estão com falta de amor. O amor que nos abastece, nos excita e nos transborda.
Então quando estiver olhando para si, não olhe com arrependimentos, não se encha de culpas, não seja um carrasco, seja apenas um ser, uma alma olhando profundamente para a própria alma e troque as lentes, use as lentes do amor e perceberá que enxergará mais nitidamente. E se prestar atenção, verá que tudo é mais belo com amor.
Outro ingrediente que faz este antídoto ser especial é o silêncio. Às vezes falamos muito, falamos de mais, anunciamos ao mundo a nossa vida, reclamamos em alto e bom tom para mostrar a nossa indignação. Pare! Tome uma bela inspiração e perceba que não se reclama do vento, quando fomos nós que deixamos as janelas abertas. Os estragos que o “vento” causou foi devido à sua decisão em deixar a janela aberta e não importa os motivos que o fizeram deixar aberta, simplesmente importa saber que a deixou! Faça a sua observação em silêncio, sem acusar, sem reclamar, sem se arrepender, sem aumentar a questão.
Os exageros são sempre ferramentas usadas durante uma análise mais profunda e existem pessoa que usam lupas gigantes e adoram aumentar os seus problemas, para de alguma forma anunciarem que a sua dor é maior. Lembre-se que o mundo não se importa e não está sendo analisada para concorrer a quem ganha o “Miss Maior Problema 2018”. A análise é pessoal e só diz respeito a você e a mais ninguém.
Silêncio… umas gotinhas de silêncio e o antídoto se torna poderoso… Se torna pessoal, personalizado.
Aprendi que podemos acrescentar umas gotinhas de paciência e isso faz o antídoto ganhar um poder incrível… Algumas pessoas querem fazer esta receita e tomá-la toda de uma vez para serem curadas de feridas que levaram anos para serem feitas. Então acrescente paciência e tome o seu antídoto com calma, gota a gota, deixe que ele percorra todo o seu corpo e mente e nada de querer que tudo se resolva num estalar de dedos.
Tudo o que é construído com calma, tende a ter melhores resultados. Um dia de cada vez e aprenda com esta frase que uso diariamente: “NÃO é urgente, é apenas ansiedade” e se souber entender, perceberá que tem mais ansiedade nas suas ações rápidas do que verdadeiramente urgência.
E para completar este antídoto, acrescente boas gotas de propósito de vida. Porque viver todos os dias? Qual o propósito que tem e se não sabe comece a pensar nisso, pois este ingrediente faz toda a diferença, pois quando eu sei porque estou aqui, as minhas ações se tornam altamente específicas e sei disser não para tudo aquilo que foge do meu propósito maior, sei dizer sim para tudo aquilo que me liga ao resultado realmente desejado. Aí a minha vida se torna mais intensa, mais interessante e comemoro muito mais momentos felizes.
E enquanto estiver construindo o seu antídoto, emquanto estiver tomando-o, alimente a sua mente com excelentes leituras, veja vídeos de qualidade, ouça podcasts que façam sentido para que o seu dia a dia se torne cada vez melhor.
Lembre-se que copo de veneno sempre existirão e que não fazem nenhum mal, desde que não os beba e que os que já bebeu podem sempre ser eliminados se tomar boas e constantes doses de antídotos como este.
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