Este é um daqueles artigos que já inicio com um leve sorriso no rosto, pois sem nenhuma dúvida surpreenderá você e posso afirmar isso, pois “me surpreendeu” quando comecei a pensar sobre isso na última sexta-feira enquanto meditava e via o sol nascer e em algum lugar deste artigo vou colocar o vídeo para você ver o que gravei…
Em 2018 fui convidado para ministrar uma palestra em Londres sobre hipnose e fiquei muito feliz pelo convite e até eufórico e triste minutos depois quando soube que não podia ter um intérprete e por eu não falar inglês, já não podia ir. Naquele momento culpei os organizadores, achei um absurdo já que tinha dado aulas na Áustria, nos EUA e até na Espanha usando um intérprete e porque não poderia fazer o mesmo ali? Dias depois, retomando a consciência, compreendi que não existia nada de errado, eram as regras deles! Eu é que dei “poder” e muito ao pensamento de “eu não preciso do inglês pra nada”.
Quando digo que nós damos poder a uma situação é sobre isso que estou falando – Damos poder, alimentamos e alimentamos de novo, fortalecemos “a” situação a tal ponto que depois achamos que estamos a ser “injustiçados” e pegamos o facto e construímos à volta dele toda uma bela história e “às vezes” até saímos como vítimas, pobres coitados injustiçados pelo destino e sinceramente isso nunca fez tanto sentido como neste momento. Compreende o que estou dizendo?
Lembro de um tratamento onde a esposa reclamava que o marido a deixou e durante 12 anos ela cuidou da casa, dos filhos e foi abandonada injustamente. Sinceramente não foi fácil fazê-la enxergar que foi ela uma das responsáveis por tudo o que aconteceu e digo (umas das), porque quando o assunto é casamento penso eu que a responsabilidade sempre é de 50% para cada um e durante estes 12 anos que afirma ter sido injustiçada, ela foi dando poder a ele, alimentando e permitindo que ele continuasse a fazer o que estava fazendo. Podemos até entrar aqui em uma série de discussões, sobre confiança e lealdade e até são palavras que gosto imenso, porém mesmo que você seja uma pessoa leal, não significa que as outras pessoas também o serão, não é mesmo?
Quando falo sobre isso com alguns dos meus clientes eles sempre me perguntam: “E agora, então como não damos este “poder”?”, e sinceramente a questão aqui nem é não dar o poder, é saber para quem você o entrega e de que maneira, pois hoje, mais consciente das minhas atitudes não dou poder para qualquer pessoa, muito menos para qualquer situação e mesmo não sendo um “Hipervigilante”, acredito que por estar mais consciente evito dar tais poderes “e” quando preciso, retiro na mesma velocidade com que dei!
Tinha um amigo no Brasil a quem dei muito poder, até mais do que ele merecia, mas era um daqueles amigos que chamamos de “irmão” e quando nos encontramos beijamos no rosto até ao dia que percebi que ele estava fazendo o que queria comigo e uma determinada situação foi para mim a gota de água. Nesse mesmo momento revoguei imediatamente os seus poderes e nunca mais trocamos uma palavra e até aquele dia (Atenção aqui), ele fez o que queria, da maneira como ele queria até o segundo que retirei o poder que dei e daquele segundo em diante nunca mais ele teve motivos para me machucar. Curioso, né? Parece simples, mas garanto que não é, pois, a maioria de nós (inclusive eu) queremos dar mais uma chance, queremos olhar por outro ângulo e até contamos lindas histórias na intenção de justificar que podemos “manter” este poder (ou) quem sabe diminuir um pouquinho…. Esquece! Esquece MESMO!
Eu poderia fazer uma extensa lista inclusive sobre situações que damos poder e nem percebemos e acredito que a maioria delas você não vai gostar de ler, quer ver uma? Conheço pessoas que mesmo com 35/40 anos ainda dão poder para os seus pais se meterem na sua vida! Por algum motivo insistem em manter “e” alimentar este poder e com isso os seus pais se aproveitam e opinam, controlam, abusam e até constroem instabilidade no filho. Eu já tive uma sociedade onde dei tanto poder ao meu sócio que ele “quebrou” a empresa e fiquei com uma dívida um pouco maior que 1 milhão de dólares e no final acusei-o, falei, apontei o dedo, mas o facto é que eu fui tão responsável quanto ele e sem o “meu poder”, o meu aval, ele jamais teria feito o que fez.
Este problema me roubou 4 anos da minha vida e não foi fácil pagar está dívida e aqui percebemos inclusive que algumas situações além de tudo ainda possuem consequências graves, muito graves. Por isso acredito que sim, vale a pena olharmos com mais atenção para quem escolhemos para entregarmos o poder e dentro deste mesmo raciocínio gosto de pensar que algo que nos ajuda a transformar imenso a nossa vida é quando damos “significados” as situações, pois no momento que fazemos isso vamos colocando “ou não” intensidade nas coisas. Há dois dias atrás eu estava em um lugar que gosto muito no meio da natureza, gravando uma aula para o programa terapêutico “Quatro Camadas”, um programa sobre medo! Eu fui muito cedo para lá e quando terminei de gravar, o sol estava nascendo de uma maneira linda e aproveitei para fazer um vídeo sobre “significados”, veja aqui:
Interessante é que além de dar significado às coisas, tenho nos últimos 3 anos ensinado inúmeras pessoas a fazer o mesmo e o feedback que tenho recebido tem sido realmente incrível! A maioria das pessoas compreende que quando (em primeiro lugar), vamos em busca “de” colocar o significado, algumas coisas deixam de ser importantes (curioso, né?!) e o que antes parecia tão interessante, olhando com mais precisão, se tornam comuns e em alguns casos até passageiras…Outras pelo contrário ganham uma importância até maior e agora com um significado!
Vamos um pouco para a prática para iluminar o que digo – Meditar de manhã era algo que considerava chato e sinceramente uma perda de tempo, depois fui sentindo que poderia ajudar já que a minha vida era muito atribulada (hoje é menos). Depois comecei a gostar de meditar e cada mergulho começou a ganhar cada vez mas importância na minha vida até ao momento em que dei “um significado” ao ato de meditar e isso me fez enxergar com lentes incríveis e muito especiais. Hoje não consigo me ver sem ouvir os meus deliciosos mantras pela manhã e fazer minha meditação, é justamente nesse momento que eu “esvazio” a minha mente…. E assim foi com a auto-hipnose, com o #podcast365 e com muitas das coisas que faço hoje. E atenção aqui (por favor), muitas coisas que antes apenas ocupavam espaço na minha vida e na minha mente também, eu consegui abandonar depois de perceber o “significado”, a real importância, se não tinha nenhuma ou era muito pequena para continuar a perder tempo com aquilo.
Há pouco tempo no meu consultório em Lisboa, tive um dia muito desgastante com um colaborador que atendia comigo lá e no final do dia permaneci ali por mais ou menos umas 2 horas, o consultório de Lisboa tem uma vista linda (Saldanha) e comecei a pensar, porque dei tanto poder a esta terapeuta? Naquele instante ficou claro (pra mim) que tudo começou com “o significado” que dei aos nossos primeiros encontros em que achei que ela era uma super terapeuta, cheia de argumentos fortes e uma energia poderosa, mas na verdade isso era muito pouco para eu entregar-lhe tal poder. Compreende o que estou dizendo aqui? O significado, o dar poder foram ações inconscientes! Completamente e se eu tivesse feito isso realmente consciente, se eu tivesse colocado meus dois pés no chão (como faço hoje), jamais teria dado significado ao que vi e com certeza o poder também não seria entregue, simples assim.
Da mesma forma que eu dou poder a alguns mestres e professores que passaram e ainda estão na minha vida, sei que outras pessoas dão poder a mim também e fica claro pelas centenas de mensagens que recebo semanalmente, pelos comentários que isso gera e se me perguntar se é bom ou ruim, eu diria que é o que é! Agora quando você que me lê, que me segue, me entrega este “poder”, está dizendo para você que sim, que pensa como eu ou que gosta do que faço e como falo e isso faz você abrir um elo de conexão comigo e talvez “e só talvez” até um elo sem filtros, ou seja, eu falo e você absorve, entende? Eu tenho este elo com muitos professores que ouço e leio e as suas informações entram MESMO como semente e eu sou completamente solo fértil para eles (atenção), não para todos, mas para aqueles a quem decidi entregar este poder.
Para quem “ou” qual situação tem entregado o seu poder?!
Adoraria que você deixasse um comentário aqui em baixo deste artigo para saber se já pensou desta maneira e se este artigo ajudou em algo. E se ainda não segue o meu canal no Youtube, por favor faça, que verá uma série de novos vídeos e com certeza vão lhe ajudar a avançar para o próximo nível.
Obrigado por estar desse lado e espero lhe encontrar em breve…
Eric Pereira
Fundador do Instituto Ponto de Equilíbrio
Coach e Hipnoterapeuta
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