Muitas vezes estiveram diante de mim, clientes que mal conseguiam respirar e falavam alterando a voz, algumas vezes chorando outras “até” gritando sobre o seu GIGANTE problema e como as suas vidas tinham chegado ao fim!
Exageros talvez seja pouco para definir algumas destas situações e por favor não me interprete mal, pois não estou dizendo que as suas dores não são reais, muito menos que elas não mereçam atenção, mas afirmo que não devem ser aumentadas, exageradas, pois se nos afastarmos um pouquinho, olharmos por ângulos diferente sempre e sim, eu disse SEMPRE, conseguimos enxergar a questão menor. Talvez aqui cabe aquela frase: “Não faça tempestade em copo de água” e se você é uma destas pessoas exageradas, por favor preste atenção e não exagera, ok?
Algumas vezes pegamos uma situação que não é tão grave e colocamo-la em uma posição de grande importância ou perigo, ligamos as sirenes “da mente”, criamos alertas por toda parte, contamos às pessoas de uma maneira como se estivéssemos anunciando o fim do mundo e pronto, aquilo que nem era “tão” se torna uma situação complicada, dramática. Já percebeu que sempre encontramos alguém que nos ajuda a (piorar) a situação, aí juntos vamos vivendo “o” drama, o exagero e se não corrigimos isso, nos tornamos aos poucos num especialista em aumentar.
Eu gosto de “brincar” que isso é a “síndrome da lupa”, seja lá o que acontecer, usamos a nossa lupa para aumentar, exagerar, dramatizar.
Em Fevereiro de 2017 atendi uma mulher que tinha cortado os pulsos e foi internada. Quando saiu, o seu pai, que foi um cliente meu, a trouxe para uma sessão. A mulher chegou arrasada, olhava apenas para baixo, falava com tristeza na voz e sua queixa era que tinha sido abandonada pelo seu marido. Depois de 9 anos de casamento ele pediu a separação “e” a trocou por um homem. Isso pra ela teve um peso MAIOR.
Além de perder um casamento que achava que corria bem, não conseguiu engravidar e ainda se sente péssima por ter perdido o seu marido para um homem. Não aguentando a realidade, tentou se matar duas vezes. Na primeira tomou medicamentos com bebida e foi socorrida a tempo e na segunda cortou os pulsos e quando me contava isso, levantou a cabeça e disse: “e ele nem me visitou”.
Fizemos várias sessões e aos poucos fomos dominando este “mostro” que vivia aos gritos dentro dela. Descobrimos juntos inúmeras situações, entre elas que uma das suas maiores preocupações era o que as “pessoas” iriam pensar da sua separação e lembro-me claramente das suas palavras nas primeiras sessões em que dizia que não tinha “motivos” para viver e eu do lado de fora, sem esta “emoção” percebi claramente que ela não sabia o que estava falando.
Quando ela acredita que aquele homem é o único e reune qualidades que mais nenhum outro poderá ter, aí “neste” momento o desespero tem um pouco mais de sentindo e aos poucos o filme que ela criou se torna MAIOR e realmente parece que estamos anunciando o fim do mundo, enquanto na verdade estamos “é” usando as lentes erradas. As lentes do desespero, do drama e não quero que se sinta ofendido, pois não estou querendo (desprezar) a dor que sem dúvida existe, porém não significa que aumentá-la nos ajudará a chegar a algum lugar.
Meu convite nesta dica terapêutica é apenas que olhe para os factos que aconteçam em sua vida com inteligência e abandone em todos os casos a ideia dramática de aumentar ou criar filmes (extras) para piorar a sua situação.
Algumas pessoas precisam viver dentro de um filme de drama, parece que precisam mostrar ao mundo que estão sofrendo, que a sua vida não é boa e que aquele facto veio para provar o que ela sempre soube, que é vítima “ou” SUPER MEGA vítima.
Ser vítima não irá lhe ajudar a conquistar algo a mais, não vai te tornar forte, apenas vai instalar dentro de você padrões complicadíssimos que com absoluta certeza irá construir uma versão menos boa dentro de ti e aos poucos deixará de ser alguém que veio aqui para ser feliz, para ser uma pessoa coitadinha, cheia de medos e talvez até comece a anunciar o seu azar ou que o mundo todo está contra você.
Desperte amigo, amiga! Acorde e perceba que a vida é muito mais do que reclamar, do que chorar, do que culpar outras pessoas! Assuma a responsabilidade pelo que acontece em sua vida, livre-se de tudo o que lhe faz mal e aprenda a ser apenas você mesmo na sua melhor versão.
Outro dia um cliente me dizia que eu não compreendia a sua dor, pois pra mim era muito fácil sentar na minha cadeira e apenas ouvir os meus clientes! O que este cliente esqueceu é que antes de ser “profissional”, sou um ser humano, com limitações e desafios como todos. A diferença é como “eu” reajo ao que me acontece! Pois garanto que acontecem muitas coisas na minha vida, porém decidi trocar os problemas por desafios, decidi não esperar de braços cruzados pelo governo “fazer” por mim, decidi prestar atenção na “minha” vida e não na do meu vizinho e o mais importante de tudo – Decidi que menos é mais e assim vou dia a dia construindo momentos mais felizes.
Desejo que você também faça escolhas sábias e que menos seja mais na sua vida e que mesmo que a tempestade seja maior ou mais forte, compreenda que não precisa vitimizar, o que precisa é ser feliz e lembre-se que isso depende só de você.
Não entregue na mão do outro a decisão de ser feliz, ok?!