Na semana passada uma cliente estava desesperada porque as pessoas não entendiam aquilo que ela estava fazendo e estava sendo bombardeada “principalmente” pela sua família, por ter mudado radicalmente a sua vida! Pediu demissão no trabalho, virou vegetariana, começou a fazer yoga, parou completamente de beber álcool, trocou as baladas e festas agitadas por formações e começou a cuidar melhor dela.
A questão é que toda esta mudança aconteceu em 60 dias e, segundo ela, o que as pessoas não compreendem é porque ela se afastou do mundo e resolveu ser uma pessoa estranha! Seu pai chegou a perguntou se ela estava em alguma espécie de seita ou usando erva e a grande questão aqui é que as decisões e transições demoraram 60 dias, mas as reflexões e desejos já vêm acontecendo há mais de 3 anos. Claro que isso as pessoas não sabem, mas ela garante que pesquisou muito e estudou muito antes de optar pelo que faz realmente sentido (pra ela).
Achei interessante trazer esta dica terapêutica pra cá, pois muitos de nós fazemos coisas que a maioria das pessoas não compreende e elas acabam achando que somos “estranhos” vivendo em um mundo de pessoas normais. Isso é mesmo confuso e quero levar-vos a uma reflexão sobre tudo isso e espero que no fim perceba a importância de ser quem é e fazer o que realmente lhe faz sentido.
Ouvindo esta cliente, pensei imediatamente em outras pessoas com a mesma queixa e na minha vida, pois às vezes alguém diz que trabalho muito, que estou sempre escrevendo ou gravado vídeos e que não tenho vida! Pessoas, eu tenho vida! Esta é uma (parte) da minha vida. Demorei anos também para descobrir aquilo que fazia sentido pra mim, que fazia o meu coração bater mais forte, que realmente me tirava o fôlego e me trazia felicidade e paz.
E não apenas escrevo e faço vídeos! Eu viajo o mundo todo, eu conheço pessoas, estudo e me divirto imensamente e a impressão de que eu sou um “escravo” do trabalho é mesmo o filtro de algumas pessoas, pois acredito que se todos conseguissem sentir o que sinto, iriam desejar viver também o seu propósito de vida, pois é encantador fazer o que amamos fazer.
Muitas pessoas fazem escolhas diferentes, se desligam da “manada” e isso faz uma certa confusão na cabeça de algumas pessoas já que o método tradicional é trabalhar 8, 12 horas por dia, tirar férias uma vez por ano, viver com pouco dinheiro e no natal reunir a família para confraternizar! Aquela mesma família que passa o ano todo às vezes sem se falar, aí quando alguém decide fazer coisas diferente as pessoas acham que ela surtou! Rss!
Existe um ponto importante nas pessoas que escolhem outros caminhos que eu penso que mexe muito com todos os outros que são as escolhas! Imagina que esta cliente virava a noite bebendo em barzinhos, fumava e seus amigos faziam a mesma coisa e na segunda-feira ela ama os seus amigos mas não ama mais aquele estilo de vida e não não entra mais nas suas escolhas perder noites de sono bebendo, fumando e depois passar alguns dias igual um zumbi, que era o que acontecia com ela.
Nestes 60 dias ela já eliminou 18 kilos e claro que só poderia eliminar, pois começou a se alimentar de maneira correta e há 60 dias atrás quando iniciamos as nossas sessões de coaching, ela tinha uma pele amarelada, olhos vermelhos, estava sempre cansada e em nossos últimos encontros parecia que eu tinha diante de mim outra mulher (e tinha).
A queixa atual dela hoje são as críticas e tenho trabalho com ela este desligamento emocional do que as pessoas falam, pois se eu fosse ouvir tudo o que todos dizem com certeza eu não teria escrito 2 livros, jamais teria viajado para 11 países e sem nenhuma dúvida não teria uma fila de espera na minha agenda. Provavelmente seria funcionário de alguma empresa e colecionaria mais momentos frustrantes do que felizes.
Eu sempre explico para as pessoas que não me sinto escravo do meu trabalho e ajudar pessoas é viver o meu sonho de vida e mesmo assim algumas torcem o nariz e não acreditam. E que posso eu fazer? Claro que nada, né! Absolutamente nada, pois quando o outro não está disposto a compreender, tudo que disser é perca de tempo, então a maior dica é foco no que está dando certo.
Observe se se sente bem fazendo o que faz, se as suas atitudes não ferem as pessoas ao seu lado, se as suas decisões contribuem para fazer de você uma pessoa melhor, de que maneira está contribuindo para o mundo e se faz sentido contribuir, é claro que continue no seu caminho….
Aprendi que muitas pessoas gostariam também de fazer o que fazemos, da maneira que fazemos, mas por algum motivo não fazem, não conseguem abandonar a sua zona de conforto e isso realmente as incomoda e por terem feito escolhas menos boas ou pela falta de coragem, acham que outras pessoas devem viver na mesma caixinha que elas.
Eu respeito a decisão de cada um e às vezes posso não compreender alguns estilos de vida, mas sei que foi a melhor escolha que aquela pessoa fez algum dia, mas penso que elas também devem respeitar a minha, ou não? Viver em sociedade, em harmonia é justamente poder fazer estas escolhas, né?!
Talvez exista um dia onde as coisas não corram tão bem e estes “dedos” apontados podem fazê-lo se sentir mal e o que posso dizer é que deve ser forte e não fique bravo com estas pessoas, nãos as odeie e nem ache que elas querem o seu mal. Muito pelo contrário, pode ser apenas um excesso de preocupação de alguém que realmente gosta de você e que tem um ponto de vista diferente e está tudo certo. Se tiver a habilidade de se comunicar bem, conseguirá explicar as suas escolhas, mas lembre-se que na maioria das vezes não precisamos explicar que estamos construindo dia a dia a nossa felicidade, pois o exemplo é melhor que qualquer justificativa.