Depois de 14 dias mergulhados num processo de aprendizagem, onde em alguns dias eu me sentava para aprender atentamente e outros estava em pé ensinando cuidadosamente, estava chegando ao fim aquele congresso, aquela experiência e era hora de me despedir das pessoas. Dos amigos antigos, dos novos e de Espanha!
Vou eu para a recepção do hotel fazer o meu checkout e fui logo cedo pois sabia que centenas de pessoas deixariam o hotel, porém esta não é a questão desta dica terapêutica e sim a atenção de quem me atendeu na recepção.
Tinha apenas 3 pessoas (clientes), 4 (funcionários) e a pessoa que me atendeu foi um rapaz muito educado, porém um bocado perdido, pois falava comigo, atendia o telefone e falava com outras pessoas que se aproximavam do balcão. Era nítido que ele “tentava” ser prestativo ao máximo, mas não conseguia agradar a todos.
Ok, você pode deste lado da dica ficar com dó do funcionário ou até justificar que ele tinha muito trabalho e estava tentando agradar e ajudar a todos e pode ser que esteja certo em pensar assim. Já os críticos de plantão vão falar coisas piores e também está tudo certo.
A questão aqui é que quero aproveitar esta situação para trazer esta dica e enriquecer a reflexão! Os 15 minutos na recepção, me pareceram mais 1 hora e não porque foi demorado, mas porque observei em câmera lenta tudo que ali aconteceria e trouxe para o meu mundo terapêutico e digo sem medo de errar – Prestem mais atenção nas vossas vidas!
É sobre isso esta dica! Sobre atenção no que estamos fazendo e (principalmente) sobre o como estamos fazendo!
Existem aqui duas situações! A primeira é que se eu der atenção ao meu cliente e ao mesmo tempo fizer outras tarefas, com absoluta certeza estarei distribuindo a minha atenção e isso não será do agrado da outra pessoa. Imagine eu escrevendo esta dica terapêutica e falando com um amigo, ouvindo música e ainda de olho no relógio para saber a que horas é o meu próximo cliente?! Nada acontecerá muito bem, não é mesmo? Precisamos quando estamos fazendo algo nos concentrarmos para que a energia esteja naquele ato e se pensa que isso deve acontecer apenas em casos profissionais, está enganado, penso eu que deverá acontecer em todos os casos.
Desde quando for ler um livro até quando for lavar a louça e este “ritual” de estar atento irá aos poucos transformar a sua atenção em uma poderosa ferramenta que será usada na maioria dos casos para transformar processos, superar limites, tomar decisões e tudo isso porque me concentrei? Simmmm! Tudo isso porque decidiu romper o ciclo vicioso de fazer por fazer.
É extremamente importante aumentarmos o foco e sabermos direcionar os nossos pensamentos! Perceba que como tudo é treinamento, quanto mais fizer, mais atenção dará e isso só poderá te levar a um resultado, ok? O resultado esperado!
Então já sabe que um das situações é quando está fazendo algo que envolva outras pessoas! Elas perceberam facilmente onde está a sua atenção e pode apostar que todas as pessoas gostam mais de estar com pessoas atenciosas do que com pessoas que fazem mil e uma coisas ao mesmo tempo e de vez em quando dão atenção para ela.
Outro aprendizado e (brutal) na minha opinião é que quando aprendemos a gerir a nossa atenção, algo dentro de nós acontece e tudo se organiza e precisa fazer isso por um tempo para constatar que o que estou aqui dizendo é mesmo real.
Comece a ter atenção ao acordar e mesmo que esteja com pressa, procura se espreguiçar na cama e se mime por 5 minutos. Depois dedique-se durante o banho a sentir a água caindo e comece a se tornar consciente de todo o processo. Faça isso também ao pequeno almoço e durante todo o dia.
Às vezes dou exercícios como este aos meus clientes e um outro dia chegou ao consultório depois de 8 dias fazendo e disse que estava assustado, pois apenas prestando muita atenção descobriu que a sua vida era um verdadeiro CAOS. Não sentava para tomar o pequeno almoço e almoçava correndo, no trabalho fazia tudo rápido e mal se lembrava do que fez, mas tinha em mente que o importante era fazer já que recebia tão mal.
Porém ajudei-o a perceber que as suas escolhas estavam diretamente ligadas à vida que ele construía dentro dele e isso era realmente muito mau. Por não gostar do que fazia, fazia de qualquer maneira e de alguma forma ele tinha criado certos padrões internos “automáticos” para fazer o que fazia e o que não se dava conta era que aquilo estava atravessando outras barreiras e a sua vida, a relação com a sua filha, com o pai também estava idêntica, era tudo um fazer por fazer, falava por falar e a vida estava exatamente assim – Estranha e automática.
Então é melhor vivermos com este piloto automático ligado ou termos consciência do que estamos realmente fazendo?
Espero que esta dica lhe ajude a estar mais presente e desejo um dia muito, muito, muito consciente, afinal trata-se da sua, né? Dê uma nota de 1 a 10 para esta dica e se gostou compartilhaaaaaa.