Ontem, depois da live terapêutica, recebi uma mensagem de uma pessoa que estava realmente muito mal, muito mal e acabei dando uma atenção especial a ela. Depois de ouvir as suas queixas, apresentei muitas dicas pensando que ela poderia quebrar alguns hábitos que a estavam impedindo de viver melhor e para tudo o que eu dizia, ela tinha um motivo para dizer que não ia dar certo.
A conversa estava MESMO desafiadora e percebi que quanto mais eu apresentava soluções, mais ela tinha um forte argumento alicerçado a uma história real (pra ela). Chegou um momento que tive vontade de chorar, senti que a minha energia estava baixando, pois ela era realmente muito boa naquilo! Arrisco em dizer que a maneira como ela escrevia e a rapidez das suas respostas, eu estava diante de uma sabotadora profissional, talvez com especialização em histórias negativas ou mestrado em vitimização, mas me parecia mesmo que era Phd em autossabotagem.
Deixei-a falando sozinha e fui para a varanda respirar um pouco e trazer uma versão diferente de mim para dar a volta aquele diálogo. Voltei agradecendo a conversa e dizendo que não tinha tempo para ajudar uma pessoa que estava fechada para ajuda, pois o seu maior objetivo era provar a qualquer custo que ela estava sendo vítima da vida, da sociedade, do mundo, de Deus e eu cobrava 150€ por hora e com certeza já tinha perdido ali mais de 200€.
Primeiro houve um silêncio da parte dela de uns 15 minutos até que então ela voltou, dizendo que não conseguia escrever e teve uma crise de choro, que precisava mesmo de ajuda e não estava vendo bem as coisas. 10 minutos depois lá estava ela tentando “controlar” a situação e voltar ao seu papel de “vítima” coitadinha, não sou ninguém e nada de bom vai acontecer….Coloquei-a mais uma vez em uma posição de escutar e prestar atenção e marcarmos uma sessão por Skype, já que ela mora fora de Portugal e vamos juntos encontrar uma saída.
Chamo a sua atenção para esta dica terapêutica pelo simples facto de estarmos rodeados de pessoas assim todos os dias e às vezes, “só” às vezes, damos ouvidos na intenção de ajudar a encontrar uma saída para que aquela pessoa saia do buraco negro e ela vai tocando em nossos dedos, na mão e quando passa da altura do pulso, toma com força o nosso braço e nos puxa para o mesmo buraco em que ela se encontra, pois precisa de um companhia para ouvir os seus lamentos e isso é simsim um perigo real e que devemos tomar cuidado.
Isso acontece muitas vezes em família, onde damos uma atenção especial aquele familiar ou companheiro (a) e não percebemos que aos poucos estamos entrando e entrando para um buraco onde sair depois se torna um tormento, pois nem percebemos como entramos, nem por onde estamos e às vezes nem sabemos exatamente onde estamos, apenas que estamos acompanhados e que ali não existe luz.
Muitas pessoas se alimentam deste padrão de ser vítima do mundo e vivem de sofrimento e eu (Eric Pereira), um dia já fui vítima e gostava de mostrar às pessoas o meu sofrimento. Talvez você já o tenha sido ou uma situação mesmo pontual e a única coisa que percebo e muito bem é que alimentar padrões doentes, apenas nos adoece mais, muito mais e não queremos na verdade isso, né?
Então a minha dica hoje é que fique alerta a estas pessoas e conseguimos identificá-las a milhas de distância e (por favor), não estou dizendo que deve se afastar delas, ok? Pode ajudar, mas precisa ser forte, ter as suas convicções muito bem resolvidas, compreender que elas possuem um poder fora do normal e se permitir mesmo que seja pouco, elas vão entrar na sua mente, vão te convencer de certas histórias e todas estas histórias vão fazer sentido, algumas podem até se misturar com a sua e logo estará concordando com elas. Nesse momento estará de mãos dadas acompanhando essa pessoa para este buraco negro e serão 2 pobres vítimas , ao invés de uma, então cuidado.
Ouvir estas pessoas e não as acompanhar faz muito, muito sentido pra mim depois que compreendo que cada ser humano tem o seu próprio processo e se ela está passando por isso é porque está em seu processo. Isso não significa que eu não faça parte do processo dela e pode ser que eu seja aquela pessoa que a vai ajudar a sair dali, porém inconscientemente ela pode querer me puxar e conscientemente eu preciso é estar atento a isso.
De outras pessoas, eu simplesmente me afasto e nada faço, pois sinto que não posso fazer absolutamente nada, mesmo acreditando que ela precise de ajuda! E faço isso por ser mau ou por não querer ajudá-la? Jamais… Falo isso justamente com a intenção de ajudá-la, pois às vezes a melhor ajuda que você pode dar a uma pessoa é não ajudá-la.
Agora se lendo esta dica terapêutica, você se identifica com a pessoa negativa e vê o mundo completamente diferente, estranho, negativo e até esta dica não é válida para ti, aí recomendo que busque ajuda profissional e mesmo que ache que não vai funcionar busque, pois pode ser que com o tempo tenha se tornado um especialista em autossabotagem e culpa sua ou não, saiba que pode virar a mesa, mudar o jogo, escolher avançar e vencer todas as suas partes que lhe impedem de ser uma pessoa melhor.
Eu Sou Eric Pereira, Coach, Hipnoterapeuta, Escritor do livro “100 Dicas Terapêuticas para Transformar” e Fundador do IPE – Instituto Ponto de Equilíbrio (Funchal e Lisboa)