Dicas Terapêuticas
No meu primeiro ano morando aqui em Portugal, achava muito estranho a maioria das pessoas que eu convivia responderem (mais ou menos), quando eu perguntava: “Tudo bem?” Depois de uma certa intimidade com algumas pessoas, perguntava porquê sempre a mesma resposta se eu via que a vida destas pessoas estava bem?!
É claro que ouvi respostas diferentes, uns diziam que era um hábito, pois ela (nunca) estava como queremos realmente. Outros riam e diziam que era melhor do que “está ruim” e a maioria dizia que se dissessem que estava tudo muito bem, a inveja cairia sobre os seus ombros.
Eu (Eric Pereira) tinha um hábito em um passado distante de dizer que estava difícil, muito difícil, pois tinha às vezes a preocupação das pessoas me verem bem e pedirem dinheiro! É claro que com o tempo fui percebendo que podia até ganhar muito bem, mas a minha vida era cada vez mais difícil mesmo.
Descobri ao longo dos anos que podemos até ficar em silêncio, podemos não compartilhar com as pessoas os nossos planos e acho isso mesmo importante, porém dizermos que estamos mal, que a vida corre mais ou menos ou que está difícil, muito difícil é perigoso, pois vamos dizendo às pessoas e vamos ouvindo as mesmas palavras. Vamos dizendo ao mundo e permitindo que as palavras saiam pelo universo a fora…. Vamos jogando palavras ao vento e nunca sabemos onde este (vento) vai.
Estudei centenas de casos de pessoas que reclamam. Que reclamam para os seus familiares, amigos, estranhos que reclamam sozinhos e alguns até em voz alta. Estas pessoas têm uma negatividade tão grande que me custa estar perto delas, pois em pouco tempo estou maldisposto e me sentindo em baixo.
Elas parecem ter o dom de destruir a motivação alheia, pois a sua única missão é provar que a vida é difícil. Elas consegue fazer isso tão bem com a sua própria vida que têm a falsa ilusão que todas as pessoas precisam experimentar a mesma sensação. Algumas acham que todos que se dizem felizes à sua volta, estão mentindo ou que mais cedo ou mais tarde ainda vão experimentar o amargo da vida.
Palavras, palavras e palavras… Uma atrás da outra e vamos dizendo com uma intenção e nem percebemos que esta intenção logo se torna outra e começamos a ser reféns do que dizemos! (PAUSA). Percebe isso… “reféns” do que dizemos. Não é brutal isso? Pense com muita atenção por favor.
Nos tornamos reféns das nossas palavras! Hoje dizemos mais ou menos para não nos invejarem, amanhã justificamos a viagem que fizemos como “nem foi tão boa assim” para não entrar em detalhes, a seguir dizemos ao mundo que todo casamento é repleto de brigas e está tudo certo e logo estamos mergulhados em um emaranhado de situações complexas e não entendemos porquê.
Uma vez analisei isso com um cliente a fundo e percebemos que ele tinha tanto medo de ter que explicar para as pessoas a sua felicidade que respondia que as viagens nunca corriam tão bem, que tudo estava mal e depois de que a vida se tornou “estranha” vamos dizer assim, ele começou a refletir e chegamos à conclusão que foi simplesmente a sua maneira de falar que construiu a realidade em que ele estava quando chegou até mim.
Eu acredito que a palavra é TÃO PODEROSA que pode levar uma vida ao mais fundo do fundo do poço e que pode levar qualquer pessoa comum ao mais alto do sucesso e se não acreditasse (TANTO) nisso, jamais estaria aqui colocando palavras diariamente todos os dias na mente de vocês. Jamais teria escrito um livro com 100 Dicas Terapêuticas, sem contar as lives aos domingos e os meus podcasts.
As palavras têm um poder de adoecer ou curar! Depende da maneira como dizemos o que dizemos e desafio você neste momento para olhar para a sua vida! Olhe mesmo! Perceba mesmo o que tem acontecido de bom ou de menos bom e fique mais atento às suas palavras, à maneira como vê a vida e como se sente e depois faça a ligação entre um e outro.
Pode acreditar em algumas coisas e duvidar de outras, mas quero que se lembre apenas de uma – São as suas PALAVRAS! Você pode dizer o que desejar a quem desejar, mas lembre-se que o que está mais perto da sua boca são os seus ouvidos, ok?!