PERDI A CONTA DE QUANTAS VEZES DORMI FAZENDO PLANOS DE CAMINHAR LOGO CEDO E ARRUMEI UMA BELA DESCULPA PARA JUSTIFICAR A MINHA NÃO CAMINHADA. UMA DESCULPA MAIS LINDA QUE A OUTRA E EM TODAS ELAS EU SEMPRE TINHA RAZÃO. NO FINAL ME SENTIA BEM. AFINAL, EU ESTAVA CERTO.
Antes, caminhar pra mim era sinónimo de emagrecer, eliminar peso e também de cansar tanto que logo não teria energia para o resto do dia. Então era melhor nem ir e quando não arrumava uma desculpa eu economizava energia. Eu ia ter um dia cheio e esta história era boa, pois economizava de alguma maneira, mesmo não sabendo algumas vezes o que isso significava ou representava em minha vida.
Depois de desistir algumas vezes de caminhar, aprendi a arte de refletir enquanto caminhava e acredite ou não isso fez uma grande diferença em minha vida. Agora coloco meu tênis laranja ou azul que comprei nas Ilhas Canárias ou um dos super coloridos que adoro usar, pego meu telefone, coloco meus fones de ouvido e desço a rua de casa, algumas vezes ainda abrindo a boca, mas já ouvindo um Podcast com assuntos interessantes e vou andando e alimentando o azul escuro da minha mente.
Meu ritual é descer até chegar na praia que mesmo cedo, sempre já tem muitas pessoas caminhando por lá… Cumprimento o mar com um sorriso gigante e sempre com um pensamento positivo. Ali começo a acelerar o ritmo e mergulho MESMO no que estou escutando. Entre uma dica e outra, uma frase e um depoimento, tenho meus diálogos internos e me sinto mesmo aprendendo. Como sou um homem que ensina diariamente, o que mais preciso é aprender e descobri que fazer isso caminhando tem outro significado, pois vou ancorando aquilo à sensação deliciosa que meu corpo está tendo naquele exato momento.
Nem todos os dias estou a pé às 7:00h da manhã saindo pela porta rumo a praia. Às vezes estou às 6:00h já sentado na frente do meu notebook, tomando meu café com leite quentinho e escrevendo, pois tenho compromissos e procrastinar não é mesmo comigo. Mas na maioria dos dias estou sim, cumprimentando o mar e alimentando a minha mente com palavras de alguém que admiro. Nem sempre é um escritor famoso ou um PH.D. Muitas vezes é alguém que sigo pelo simples facto de ele fazer, praticar e obter resultados e não viver de teorias mirabolantes que nem me levam até à esquina, quanto mais ao conhecimento.
Quando tenho um tempo um pouco maior, como ontem, após a caminhada sento e observo o mar em silêncio… E não é a quantidade de tempo que fico ali em silêncio admirando o seu movimento, mas é a intensidade que coloco no tempo que estou me dedicando a tudo aquilo. Isso é outro facto que tem sido brutal. Existem mesmo momentos que ali estou e nem me lembro no que pensei, noutros momentos busco mesmo inspiração… mas a experiência ensinou-me que quanto menos busco, mais recebo e tudo isso é mesmo lindo.
E se em algum momento deste texto achar que estou filosofando de mais, pegue seu tênis, escolha o que deseja ouvir e vá…. E depois de fazer isso algumas vezes, venha aqui comentar… Mas enquanto for apenas uma teoria ou uma opinião, guarde MESMO para você, pois de opiniões vazias o mundo está cheio.
Vivenciar é sem nenhuma dúvida a melhor maneira de criarmos experiências. Somos feitos de experiências sejam significativas ou pequenas, mas são elas que vão nos ensinando a ajustar a rota que chamamos muitas vezes de vida.
Lembro de uma boa época gravada aqui no azul escuro da minha mente, onde eu e minha esposa (na época namorada e que na verdade continua sendo minha eterna namorada) caminhávamos na cidade em que morávamos em Curitiba, no Parque Barigui. Sempre antes de iniciarmos, durante os alongamentos, escolhíamos um tema para discutir. Era super legal! Caminhávamos trocando ideias sobre aquele tema e a meta era no final dos 10 km termos chegado a alguma conclusão sobre o tema que escolhemos e quando não chegávamos, continuávamos no dia seguinte.
Pode até parecer para alguns um hábito estranho, mas no fundo aprendemos muito ali, crescemos, enriquecemos nosso aprendizado e era uma maneira maravilhosa de estarmos juntos.
Também lembro de ter feito algumas reuniões caminhando. Rs, neste caso foram poucas, mas aconteceram e isso começou na Espanha, quando fui treinar um grupo de tenistas. Como o meu tempo era mesmo curto, usei as caminhadas em Valência para falar de outros assuntos, era como uma sessão de Coaching, mas acelerada e em um pouco mais de uma hora falávamos sobre as estratégias. Ali eu tive a oportunidade de conhecer melhor quem depois eu iria atender (com Hipnose), antes do jogo.
Como sempre digo, no final tudo se torna experiência! As positivas somam, as negativas somam mais ainda e quando enxergamos desta maneira tudo se torna mesmo único e vamos nos preparando para algo MAIOR.
Com seu ténis laranja, colorido ou usando o tradicional preto, o que mais vale é a intensidade que vai colocar nesta experiência. As dicas estão aí e espero que possa ter mais uma vez colaborado para que de alguma maneira a transformação aconteça. Lembre-se que TRANSFORMAR não significa mudar uma peça, mas “algumas peças” para que a engrenagem geral funcione muito bem e isso é constante… Não trocamos o óleo do carro apenas uma vez, ou colocamos uma bateria que dure eternamente…
Desejo que enquanto o suor descer pelo seu corpo, sua mente esteja sendo alimentada e seja lá o caminho que escolher, que aprenda a deixar nele tudo aquilo que não serve mais para a sua vida!!!
Que suas escolhas o Libertem…
Abraços de Luz.
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