Durante toda a semana, a única coisa que eu consegui pensar foi na maneira como o Ted fez uma verdadeira fortuna, comprando e vendendo ações e, ainda no meio do caminho, se apaixonou pela linda Catarina naquele jantar de comemoração… A cena dele levantando a taça e vendo-a do outro lado do restaurante foi a que realmente me marcou. Será que este lindo encontro foi paixão à primeira vista ou já estava escrito nas estrelas?
Sejamos sinceros, quem nunca dormiu ou acordou pensando em cenas de sua série favorita? Quem nunca assistiu um filme e passou algumas horas suspirando e pensando: Ahhh, como queria uma vida assim?!
Durante a minha carreira, ouvi inúmeras pessoas no consultório, “confundindo” a fantasia dos filmes, séries e novelas com a vida real e, com o tempo, ficou muito claro para mim que elas preferiam viver “na” distração, que era sempre mais interessante do que suas próprias vidas.
Hoje, “lúcido” inclusive sobre a minha própria vida, percebo que grande parte das pessoas preferem viver na ilusão e, descobri, que até eu (S E M P R E) gostei disso tudo um pouco. Ok! A verdade é que sempre gostei muito, pronto, falei!
Agora, se analisarmos de forma minuciosa, me dará razão que viver “na” ilusão é, sim, maravilhoso, ou vai me dizer que fica feliz em olhar para seu jeito muitas vezes insuportável de ser? Tem uma pergunta que gosto muito de fazer para meus clientes – Você namoraria uma pessoa como você? Alguns dizem sim, outros prontamente dizem não e eu adoro aqueles que ficam em silêncio, que se questionam e se surpreendem, pois, eu com certeza “não namoraria” com uma pessoa como eu! Não hoje! Quem sabe um dia… Mas nesta atual fase, onde estou olhando atentamente para mim e venho me surpreendendo com o que está aqui dentro, a resposta seria não!!! Quem sabe seria… Calma… Estou em um processo de desconstrução e isso poderá levar um tempo…
A minha experiência me diz que alguns vão dizer (e já ouvi isso): mas estamos sempre em evolução… Mas, na minha opinião, alguns destes “discursos” são apenas para acreditarmos que estamos “no” processo e, assim, vamos nos mantendo neste jogo “perigoso” que diz ao mundo que estamos em evolução, enquanto que na verdade, estamos apenas trabalhando de forma superficial…
Vou repetir e redobre aqui a sua atenção: Superficial! Já trouxe este pensamento para alguns clientes no início do tratamento, alguns defenderam a sua “tese” que, no caso dele,s estavam mesmo atentos e, no meio do tratamento, me diziam: Uauuuuu!!! Agora entendo aquela conversa que tivemos!
Nos iludimos em tempo integral e eu percebi isso a pouco tempo! Acreditei em uma ideia por uma vida, me escondi atrás de pensamentos, palavras e até ações e, um dia, fui fundo onde nem sabia que podia ir… Achava que me conhecia, hoje está “claro” que não me conheço e estou vivendo dentro de uma profunda descoberta!
Nesta fase de profunda reflexão e mudanças, tenho visto (por exemplo) o quanto sou egoísta, procrastinador e, na maioria das vezes, iludido com a vida que tenho vivido.
Nos últimos anos da minha vida (talvez 20), meus discursos são sobre coisas internas, mas vivi no externo. Falo sobre se libertar, mas sou escravo das minhas palavras. Trabalho por uma perfeição, enquanto sou tão imperfeito. (Rindo aqui).
Talvez e “só” talvez, você possa se sentir confuso com o que falo e com a maneira como falo (espero que não), pois a minha maior intenção aqui, é apenas dizer que vivemos na ilusão, questionar esta ideia e tentar empilhar historinhas para justificar que, você estar no “controle”, também faz parte deste jogo de ilusões e, claro, que algumas pessoas vão querer permanecer dentro da “ilusão”, claroooooo! É mais confortável!
Por que falamos que temos que sair da zona de conforto? Por que falamos que nada acontece na zona de conforto? Porque é confortável estar lá, algumas vezes é até prazeroso estar na ilusão! Sinceramente, alimentamos tudo isso por tantos anos que, na maioria das vezes, criamos a “falsa ilusão” que estamos vivendo uma vida “ d e v e r d a d e”, compreende isso?
Talvez entenderá, talvez não… Mas fica a seu critério: permanecer cego ou enfrentar suas ilusões! Ops! Não sei se a palavra “enfrentar” aqui ficou boa… Talvez devesse dizer: olhar para a sua vida, entender sua existência, quem sabe “até” compreender toda esta ficção!
Espero não ter complicado “ainda mais” a sua visão sobre tudo.
Bom mergulho dentro da verdade! Dentro de você!