Fernando Pessoa disse em uma das suas poesias “Amo como o amor ama. Não sei razão para amar-te mais que amar-te” e estas e outras frases dele me fazem muitas vezes pensar se sabemos amar alguém de verdade “ou” se tudo o que fazemos é (acreditar) que estamos amando apenas para preencher um vazio em (nós) e depois de um tempo quando este espaço começa a esvaziar, vamos em busca de qualidades em outras pessoas que nutram de maneira imediata novamente aquele nosso vazio e assim vamos fazendo até sei lá quando.
Às vezes ouvindo tantas pessoas falarem sobre casamento, compromisso, amor e romantismo e me pergunto se existe mesmo isso de “o meu amor acabou, morreu” ou se na verdade somos nós que o matamos, que o assassinamos com uma forte apunhalada ou às vezes o envenenamos com pequenas dosagens diárias! O facto aqui é que acredite você ou não, a maioria das pessoas chegam até mim com textos muito parecidos, uns colocando a “culpa” na outra pessoa e outras com histórias sem sentido para justificar que já não amam mais aquela pessoa, pois o grande amor de sua vida surgiu (20 anos mais nova), mais atraente e menos reclamona.
Ok! Posso ter exagerado, citando “20 anos mais nova”, mas é que vejo inúmeros casos destes, principalmente vindo de homens que culpam as suas esposas e normalmente as mesmas esposas que abdicaram de trabalhar fora para cuidar de um lar, dos filhos “e” deste marido ingrato e também existem esposas que decidem se separar para viver os seus momentos de adolescente e chegam até abandonar filhos para viverem os seus momentos de “liberdade adormecida”.
Agora, deixando estas pequenas observações de lado, somente um casal sabe verdadeiramente o que os leva à separação e sabemos que muitos casamentos nunca tiveram o “AMOR”, foi apenas uma conveniência. Agora e os que tiveram este verdadeiro amor? Porque hoje vivem como dois estranhos na mesma casa?
Uma vez assisti uma palestra de um Psicólogo Norte Americano que afirmava que o amor entre um casal era o resultado da cumplicidade e amizade entre eles e achei isso fantástico, pois é mesmo verdade. Quando passamos muito tempo cuidando do amor, o diálogo fica gostoso, o estar junto se torna essencial e vivemos com a outra pessoa porque somos completos e desejamos que a outra pessoa também seja e ambos trabalhamos para fazer acontecer algo mesmo mágico e especial.
Agora quando trabalhamos para competir com a outra pessoa, quando somos predadores querendo trair e nos aventurarmos, deixamos de construir esta harmonia entre o casal e aí vivemos uma certa dependência, que é na maioria das vezes alimentada pelo ódio e pelo amor, pela discórdia e pela necessidade.
Use esta dica terapêutica para analisar o que tem feito com o seu relacionamento e pode ser que apenas namore alguém ou pode ser que esteja 30 anos em uma relação, mas olhe para ela e observe se vive um amor cheio de cumplicidade e bom diálogo ou se vive um pesadelo disfarçado de sonho bom.
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